quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pedra sobre pedra

Se tudo corresse como a gente espera, quase nada seria razavoelmente imperfeito. Vejá lá que sempre planos fazemos, construindo bases sólidas em sonhos concretos de pensamentos fundados no mais firmes sentimentos. Mas, ao soprar da brisa ressonante ou do leve furacão sentimos a flexibilidade, eufemisticamente falando, daquilo que edificamos. Há sentimentos levantados pedra sobre pedra, rocha sobre rocha, emassados, figurados, desenhados, coloridos e retocados, para, num simples movimento de mãos trêmulas e insignificantes, destruirem-se a meio fio.

Não percamos a sensibilidade de reconhecer um sentimento (nesse caso refiro-me aos que nutrem o amor, e até esse último propriamente dito) e suas múltiplas facetas. Um bom amante não é aquele que tem o edifício mais alto, mas o mais solidificado. A exuberância e a beleza fundamentados em fúteis e frágeis fundamentos, nada mais são do que carcaças amontoadas sobre uma poligonal insensatez. Prefiro os casebres, ocas, palafitas, barracos e choupanas, simples e humildes, porém INABALÁVEIS. Aparências aparentemente fracas, mas que suportam ventos e ondas das mais sórdidas naturezas, encabeçados até pelos mais vis movimentos e intenções. Olhe para seus pés, suas palavras, seus sonhos; são os seus chão, paredes e tetos. O que pisas? O que te comporta? O que te ampara?


Sustente suas bases como uma pedra angular...e o mais grotesco vento não poderá te arruinar.
O que carregas em tua mente e coração...deve-se ser forte para vencer o furacão!

Um comentário:

  1. "Um bom amante não é aquele que tem o edifício mais alto, mas o mais solidificado."
    Concordo plenamente... e eis que esta história se aplica mesmo a tudo na vida, até no complicado do amor.

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