domingo, 27 de maio de 2012

Palavras coracionalizadas


                                                                        






                                                           












                                                            Sei                    que
                                                       o amor é              bem difícil
                                                    de explicar e         e até mesmo de
                                               descrever com tais palavras que usamos.
                                            Mas um amor sincero é inconfundível sim, sim
                                           Pois num abraço, aperto, beijos, sussurro, alento
                                               Nos faz sentir paz, um gosto de quero mais.
                                                Sempre te amei, sem mesmo saber, assim
                                                  Te amarei, ciente, consciente, e ao fim
                                                          Mostrar-te-ei, sem palavras
                                                             Mas com atitudes, que
                                                                   Sou teu e tu és
                                                                     minha, amor.
                                                                        Amo-te!








Vem



Eu
não sei
o que me dá
quanto te vejo, aqui.
Move-se tudo, vira-se sim
Um vulcão em erupção o meu
pobre e monótono coração apaixonado.
Sinto uma alegria expressada no rubor da face,
Na tremedeira da mão, que procura em vão se aquietar,
Ou na respiração ofegante, suplicante, alarmante, reconfortante.
Mas, basta despareceres de minha vista, como uma luz esvaída na escuridão:
Tudo muda, tudo inverte, tudo perde a noção, triste fica o coração.
Perco a mente, perco a direção, os sentidos jã não controlo,
fico à esmo, no oceano da vida, sem tua terra à avistar.
Choro, maldigo, infelicito, amaldiçoou, detesto,
aquilo que te levou de mim. Sou uma folha
seca, caída, fraca, morta, sem teu tronco
Sem tua força, sem tua beleza, sem Ti.
Não sei o que faço, nem o que sou,
Clamo, reclamo, proclamo,
PRECISO DE TI, sim
Não vivo sem ti.
Volta, vem,
Ama-me,
Amor
Tu.


sábado, 26 de maio de 2012

Porque o amor existe e é mais simples do que pensamos

Conselhos de uma mulher que perdeu seu amor e hoje quer não só compartir comigo e contigo a sua tristeza e sua experiência, como quer mostrar a ele o quanto foi importante em sua vida.
Clicas no link acima e segues os conselhos de alguém que, como eu, sabe a dor de tentar complicar demais as coisas e acabar por perdê-las... Porque se gostas, lutas até o fim e faz o que puderes para ficar com ele, se não conseguires falar, faz como nós, escreve, se sentes, mostra. Deixe-o seguro e colocá-te segura, e não compliques o que é simples demais. Sente, vive e ama a quem tens por perto, porque bons homens ainda existem, cabe a tu não deixares que ele parta da tua vida.


"Não corras o risco de o perderes, como eu, porque o amor existe e é mais simples do que pensamos."

domingo, 20 de maio de 2012

Laços de goma de mascar


Samara amava Vicente, mas ele não tinha ciência disso. A cada dia, os olhos dela não mais orbitavam em perfeitas condições, mas viviam em desintegrada sintonia, bastava encontrar a imagem preferida, Vicente. O rapaz, por sua vez, tudo ignorava na mais pura inocência; saía e entrava, subia e descia, falava e se calava, ouvia e redizia, sentia e ignorava, luzia e reluzia; mas nada alterava sua rotina, pacata e mesquinha.

O sentimento era tão forte, que a menina já não vivia por si só, apelava à existência do amado. No dia que não lhe via, sentia uma agonia. Estudavam na mesma escola, em salas vizinhas, partilhando o mesmo espaço. Do local onde Samara se sentava, conseguia avistar o seu "amor", através da larga janela que existia na parede oriental da sala de aula; o rapaz se sentava num ângulo que permitia ser iluminado, pelo sol, por boa parte da manhã, o que lhe conferia um brilho natural, contibuindo para sua aparência divinizada pela amante.

Mas um dia, tudo mudou. Núbia, uma garota esbelta, de longos cabelos castanhos e olhos penetrantes como espadas medievais, chegou na escola e foi encaixada na turma de Vicente. O rapaz, agora em explícito, viu-se cortejado (aparente inversão) pela novata. Recebia beijos de bom dia, lanches partilhados, respostas de exercícios, livros emprestados. Tudo acontecia muito rápido; apenas um aviso (por parte dele) de ajuda oferecida, foi um gancho para a recem chegada menininha. O que era uma admiração apaixonada tornou-se um suspense sufocante, Samara não sabia o que faria.

Até que um dia, numa aula extra classe, ao visitarem uma fábrica de chicletes, a romântica secreta resolveu rasgar o verbo, antes que perdesse seu iluminado, por uma sombra intrometida, que há muito já não lhe permitia ver o rosto idolatrado, entre as palavras do ensino. Em meio às explicações do instrutor, Samara desviou-se do caminho, chegando-se perto da turma de Vicente. Sem saber o que falar, olhou para ambos os lados e viu uma grande caixa, cheia de chicletes, uma ideia lhe sobreveio, como uma pancada na nuca. Começou a abrir todos os chicletes, mastigando-os rapidamente, um por um, até não mais ter forças em seus leitosos dentes. Já haviam dezenas de gomas mascadas, envolvidas na saliva apaixonada. Como num sobressalto, a garota começou a esticá-los, mordendo uma extremidade e puxando a outra com os dedos; ao passo que fazia isso, juntava uma extremida na do próximo chiclete, prendendo a primeira no cardaço do tênis. À medida que o cordão ia crescendo, a menina enrolava-o no próprio corpo, como se estivesse se mumificando. Em poucos minutos, esse era o resultado, uma múmia de tutti fruti.

Correndo incansavelmente, aproximou-se do grupo, já há muito afastado, gritando para todos:
-Parem, parem, eu preciso falar uma coisa!

Os colegas, assim como a professora e o instrutor, voltaram-se todos assustados. Ninguém dizia uma palavra, nem mesmo a docente, que era conhecida por sua tagarelice.

-Eu, eu...- começava o nervosismo, mas Samara não poderia voltar atrás- Eu tenho uma confissão a fazer. Há muito tempo estou assim, enrolada, enrascada, envolvida, enlaçada, embaralhada. Por você, Vicente, eu estou assim, eu te amo.

Agora todo o silêncio foi quebrado, a ponto de se sobressair em meio ao grande barulho das máquinas industriais. Todos gritavam, aplaudiam, assobiavam, até mesmo a professora ficou emocionada. O menino Vicente, porém, não sabia o que fazer. Samara, sem perder tempo, setenciou:

- Eu gosto de você, Vicente, gosto muito, não paro de pensar em você. E nunca te disse isso, mas hoje criei coragem, e quero que todo mundo saiba, que sem você eu não vivo.

Samara era uma menina muito bonita, simples, o que só aumentava sua beleza. Vicente tambem sabia que ela era uma das menina mais inteligentes da turma A, e ficou balançado por aquela declaração. Nunca imaginou que aquela menina, com a qual ele nunca havia trocado uma palavra, nutria tão profundo sentimento por ele. Sem perder tempo, impulsionado pelo ardor da paixão súbita e explodida, perguntou:

- E o que eu preciso fazer, para ficar com você?
- Apenas dizer sim, e depois tirar todo esse chiclete, se não, não aproveitarás nadica de nada.
- Sim, eu quero, e como prova, vou tirar esse chiclete todo, um por um, e com a boca.

Naquele dia, uma sincera, ou melhor, duas, sinceras provas de amor foram dadas, mostrando que para amar, basta ser amado.



sábado, 19 de maio de 2012

Crônica do amor

Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.

O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.

Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.

Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no
ódio vocês combinam. Então?

Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a
menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.

Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama
este cara?

Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.

É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura
por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.

Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.

Não funciona assim. 

Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.

Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa.
Arnaldo JaborLi esse texto ontem e comecei a perceber que é exatamente assim que funciona o amor. Não nos interessamos por caras legais, que nos garantem um futuro estável, nos apaixonamos mesmo pelos cafajestes, que tem um algo a mais que abala nossas estruturas e nos deixa vulneráveis a seu charme e seus encantos.
Eu poderia ter homens especiais e compreensíveis, mas prefiro ter um complicado, que não me entende tão bem, que não é tão atencioso quanto eu esperava... Mas é por ele que meu coração acelera, é com ele que meu dia fica mais bonito. É ele que me irrita e me ama ao mesmo tempo. É dele que eu gosto e isso é a graça do amor, isso é o amor.
Arnaldo Jabor, obrigada por traduzir tão perfeitamente em palavras os nossos sintomas de amor imperfeito, que se torna perfeito justamente na sua imperfeição.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Não só mulher...mas brasileira!

Meninas do meu Brasil, escrevo esse tópico especialmente para vocês.
Sim, as mulheres brasileiras possuem um tom mais do que especial...


São fortes, guerreiras, batalhadoras, invencíveis, avassaladoras, sagazes, perspicazes, surpreendentes, altruístas, elegantes, desprendidas, sinceras, agitadas, tresloucadas, impulsivas. E acima de tudo, românticas.
As morenas tropicanas ou as brancas lactoses, rubras rosas ou pardas girassol, todas contribuem para um "fervilhão" de sentimentos, que nos arrebatam aos mais lânguidos ou beligerantes relacionamentos.


Olhos azuis, verdes, pretos ou castanhos; peles macias ou calejadas no trato da cana; cabelos encaracolados, que nos enroscam em seus segredos, ou lisos, como a seda de Líbano; dedos suaves, que produzem toques inconfundíveis; pés tratados ou arrasados pela areia seca do sertão; lábios finos, como a lâmina atroz de canivetes ressabiados, ou grossos e carnudos, como polpas e mesocarpos.


Multiculturais, plurissignificativas, variavelmente variadas, polivalentes, infinitamente, incomparavelmente...mulheres brasileiras!!!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

...

Você me pergunta o porquê do meu riso toda vez que você me beija. Eu nunca te respondo. Eu sempre penso que aquele momento não é apropriado para eu te dizer. Que aquele nosso momento não tem que ser interrompido por explicações. Só pelo meu riso. Só pela minha felicidade de ter você cá, pertinho de mim. De sentir a sua pele na minha. Sua respiração em sintonia com a minha. Seu olhar tão próximo do meu. E saber que tudo isso cabe num instante, em alguns segundos em que os nossos lábios se tocam. Eu queria eternizar esse momento. Capturar ele e guardar em um lugar onde todos pudessem ver e sentir a mesma felicidade que eu sinto toda vez que a sua boca procura a minha. Mas eu não consigo te dizer o porquê do meu riso depois que esse momento passa. Você não entenderia o que você produz em mim. Você talvez nunca entenda a quantidade de bons sentimentos que desperta em mim a cada olhar que me lança. A boa energia que fica depois que os nossos lábios se separam. E a vontade de ter você comigo sempre. E o aperto no coração que dá quando você diz que tem que ir. E a saudade que fica quando você vai embora. E todas essas emoções juntas quando você me chama de “amor”.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Comunicamos

Durante a próxima semana não haverá publicações no Causos e Contos de Amor, por ser a semana da Queima das Fitas cá em Coimbra e toda a equipe CCA estará viajando.
Prometemos que os compensamos na volta com boas histórias de amor da Grécia, da Inglaterra e da Irlanda.
Beijinhos a todos!

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Pedra sobre pedra

Se tudo corresse como a gente espera, quase nada seria razavoelmente imperfeito. Vejá lá que sempre planos fazemos, construindo bases sólidas em sonhos concretos de pensamentos fundados no mais firmes sentimentos. Mas, ao soprar da brisa ressonante ou do leve furacão sentimos a flexibilidade, eufemisticamente falando, daquilo que edificamos. Há sentimentos levantados pedra sobre pedra, rocha sobre rocha, emassados, figurados, desenhados, coloridos e retocados, para, num simples movimento de mãos trêmulas e insignificantes, destruirem-se a meio fio.

Não percamos a sensibilidade de reconhecer um sentimento (nesse caso refiro-me aos que nutrem o amor, e até esse último propriamente dito) e suas múltiplas facetas. Um bom amante não é aquele que tem o edifício mais alto, mas o mais solidificado. A exuberância e a beleza fundamentados em fúteis e frágeis fundamentos, nada mais são do que carcaças amontoadas sobre uma poligonal insensatez. Prefiro os casebres, ocas, palafitas, barracos e choupanas, simples e humildes, porém INABALÁVEIS. Aparências aparentemente fracas, mas que suportam ventos e ondas das mais sórdidas naturezas, encabeçados até pelos mais vis movimentos e intenções. Olhe para seus pés, suas palavras, seus sonhos; são os seus chão, paredes e tetos. O que pisas? O que te comporta? O que te ampara?


Sustente suas bases como uma pedra angular...e o mais grotesco vento não poderá te arruinar.
O que carregas em tua mente e coração...deve-se ser forte para vencer o furacão!

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Conclusão




    
Se ele disse adeus
Foi à Deus
Porque eu juro que não ouvi.
     
           (Renata Santana*)









*Poetisa pernambucana

terça-feira, 1 de maio de 2012

Lucro final

Perco o sono,
perco dinheiro,
perco amigos,
perco o tempo,
perco aula,
perco o ônibus,
perco a comida,
perco o jogo,
perco a festa,
perco a saída.
Perco a paciência,
perco o apetite,
perco a inocência,
perco a chatice,
perco tudo,
só não perco o "estar com ela".