domingo, 10 de junho de 2012

O tempo que não curava

"Tudo dará certo, só tenha um pouco mais de paciência. Eu te amo." foi com essas palavras que ele se despediu de mim na noite anterior.

"Precisamos conversar, estou indo aí." foi com essas palavras que ele me acordou no outro dia. E foram essas palavras que deram início a um dos piores dias do nosso relacionamento.

"Precisamos dar um tempo!" foram as palavras que se seguiram... e foi o silêncio que respondeu por mim naquele momento, se falasse desabaria em choro e seria humilhante de mais fazer isso em sua frente. Ele não precisava saber que eu ficaria mal todo esse "tempo" distante dele. Ele não precisava saber que eu não queria dar tempo, eu só queria tempo com ele. As horas seguintes foram cruéis.

Fui ao meu lugar de paz, o lugar onde eu consigo conversar comigo mesma e com Deus sem ninguém para interromper, mesmo estando cercada por muitas pessoas em uma bela tarde de domingo. Chorei e chorei por horas a fio, sem me importar com todos os olhares que me lançavam naquele lugar. Naquele momento nada mais me importava a não ser chorar e não pensar em nada. Pensar doía. Estar em minha companhia estava sendo insuportável para mim. O parque estava barulhento, cheio de vida. Eu estava silenciosa, cheia de vazio.

Duas horas depois as suas palavras ainda ecoavam na minha mente, e o tempo que devia curar todas as feridas estava a abrir novas e profundas feridas em mim. De repente alguma coisa me acordou da dormência em que tinha me colocado, na tentativa de não sentir aquela dor, era uma mensagem dele. Queria conversar comigo. Não queria ouvir. As palavras que tinha me dito de manhã ainda ecoavam em minha mente e ainda machucavam como se tivessem sido lançadas naquele momento. Aceitei. Não resisto aos seus pedidos.

Uma tarde inteira correu entre a nossa primeira e a nova conversa. Foram horas incontáveis dentro de mim, tentando me controlar, tentando controlar o rio de lágrimas e nada que corria dentro de mim. Voltamos ao meu lugar de paz, agora vazio e silencioso como eu. Mas agora quem queria vida e barulho era eu. Aquele silencio dele me matava segundo a segundo.

"Eu não sei viver sem você." foram as palavras mais doces e suaves que romperam aquele silencio e aquele vazio. Foram as palavras que transformaram aquela noite sem vida e sem graça, em uma das noites mais bonitas.

Beijamo-nos, a lua no céu abençoou o nosso amor.

Um comentário:

  1. Que profundo! Deu vontade de acompanhar o choro! rsrs
    Adorei! :)
    Esse tempo de fato é difícil de curar e de passar. Mas para quê curar com o tempo o que o amor é capaz de fazer?

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